segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Funções do SE

Classificação do se
A partícula “se” assume várias funções na Língua Portuguesa:

1- Conjunção:
a) Conjunção subordinativa integrante: a conjunção introduz orações subordinadas substantivas.
Ex: Quero saber se ela virá à festa.

b) Conjunção subordinativa condicional: introduz orações subordinadas adverbiais condicionais.
Ex: Deixe um recado se você não me encontrar.

2- Pronome:

a) Pronome reflexivo: funciona como objeto direto, objeto indireto e sujeito do infinitivo.
Ex: A criança machucou-se. (objeto direto)

b) Partícula apassivadora: quando se liga a verbos transitivos diretos com a intenção de apassivá-los.
Ex: Contaram-se histórias estranhas.

c) Índice de indeterminação do sujeito: quando se liga a verbos preposicionados com o papel de indeterminar o sujeito.
Ex: Discorda-se do fato.

d) Partícula expletiva: não desempenha nenhuma função sintática ao se associar a verbos.
Ex: Ele acabou de sentar-se.

e) Partícula integrante do verbo: ligada a verbos pronominais.
Ex: Ela não cansa de queixar-se.
Exercício 1: Assinale a opção em que “se” funciona como índice de indeterminação do sujeito:
A)        Se Tereza não for à festa, também não irei.
B)        A criança machucou-se na bicicleta.
C)        Trata-se do primeiro e último fundo no Brasil (Revista Veja)
D)        Ele impôs-se uma disciplina rigorosa.
E)         “Ergueu-se, passou a toalha no rosto” (Lygia Fagundes Teles)

2: Classifique as funções da palavra “se” nas frases a seguir, numerando, convenientemente, os parênteses:
    Partícula apassivadora.
    Índice de indeterminação do sujeito.
    Partícula de realce.
    Partícula integrante do verbo.
    Conjunção subordinativa.
(     ) “Ela quer saber se eu me sinto realizado”. (Drummond)
(     ) “Acabou-se a confiança no próximo”. (Drummond)
(     ) Suicidou-se, pulando no fim da tarde de um prédio de 10 andares.
(     ) Precisa-se de operários.
(     ) “Sentia-se o cheiro da panela no fogo, chiando de toucinho no braseiro”. (José Lins do Rego)

A sequência correta é:

A)        4-3-5-2-1
B)        5-3-2-4-1
C)        4-5-2-1-3
D)        5-3-4-2-1
E)         5-3-2-1-4

3: Exercício
Assinale a opção onde “se” exerce a função de índice de indeterminação do sujeito:
A)        Gosta-se muito de doces por aqui.
B)        Comprou-se um novo prédio para a loja.
C)        Emprestou-se o dinheiro ao professor.
D)        Deixou-se sentar na soleira da porta.
E)         As roupas, os varais, tudo isso se foi, levado pela correnteza.

Exercício 4:

Em todas as orações abaixo, a palavra “se” aparece como pronome reflexivo, exceto em:
A)        Os namorados beijavam-se calorosamente.
B)        Mãe e filha queriam-se muito.
C)        Suicidou-se numa noite de verão.
D)        Era-se feliz na fazenda.
E)         Cortou-se a pobre menina nos arames farpados.





Exercícios de revisão

1 – Na construção: “A rainha era aclamada pela multidão”. Responda:
a) Apresenta estrutura ativa ou passiva? Comprove. 
b) Se for passiva, aponte o agente.
c) Se ela estiver na voz passiva, converta -  a  à  ativa  de modo a encontrar o  sujeito e o objeto direto.

2. “Acredito que Maria tenha feito a lição”, passando-se a oração sublinhada para a voz passiva, o verbo ficará assim:
a) foi feita;    b) tenha sido feita;     c) esteja sendo feita;   d) tenha estado feita;     e) seja feita.

3. Transportando para a voz passiva a frase “eu estava revendo, naquele momento, as provas tipográficas do livro”, obtém-se a forma verbal . . .
a) ia revendo;      b) estava sendo revisto;    c) seriam revistas;    d) comecei a rever;     e) estavam sendo revistas.

4. Transportando para a voz ativa a oração “os sócios foram convocados para uma reunião”. Obtém-se
a forma verbal:    
a) convocaram-se;   b) convocaram;   c) convocar-se-ia;    d) haviam sido convocados;   e) haverão de ser convocados.

4. Considere as frases:
1) “Eles querem que nós (fazer) o trabalho”.
2) “Fazemos esforços para que todos (caber) na sala”.

Flexionando corretamente os verbos indicados, teremos: Reescreva as frases  I e II colocando uma das opções abaixo. Em seguida, marque.
a) façamos – cabem;      b) fazemos – caibam;    c) fazemos – coubessem;     d) façamos – caberem;      e) façamos – caibam.

5. A oração "o engenheiro podia controlar todos os empregados da estação ferroviária" está na voz ativa. Assinale a forma verbal passiva correspondente. Reescreva a frase empregando uma das formas abaixo.
a) podiam ser controlados;   b) seriam controlados;   c) podia ser controlado;  d) controlavam-se; 

Fragmento para análise:
6) Clarice Lispector dizia que suas telas eram produto de uma diversão. "É relaxante e ao mesmo tempo excitante mexer com cores e formas, sem compromisso com coisa alguma; é a coisa mais pura que faço", confessava. Em seu livro, Carlos Mendes de Sousa comprova, na verdade, que a relação era vital - segundo ele, a escritora utilizava seu talento visual e plástico na escrita, através de técnicas impressionistas (utilização de comparações e repetições) e das expressionistas, na tentativa de captar o mundo das sensações. Sobre o assunto, o pesquisador respondeu as seguintes questões.  Tito Souza, Clarice em debate.

a)                 Como se classifica sintaticamente o termo SUAS, na primeira linha do texto? _______________________________.
b)                 “Em seu livro, Carlos Mendes de Sousa comprova, verdade, que a relação era vital - segundo ele, a escritora utilizava seu talento visual e plástico na escrita, através de técnicas impressionistas...” Aponte dois adjuntos adverbiais nesse fragmento. Transcreva – os.
c)                 Transcreva uma oração que tenha: Um sujeito simples – um predicado verbal – um verbo transitivo direto e um objeto direto.



Análise de textos 3º ano

análise em LITERATURA E REDAÇÃO -    
tema polêmico

  Texto 1.
Só alguns poucos negros conseguem fazer curso superior no Brasil
Saiu o último estudo sobre desigualdade salarial entre brancos e negros no Brasil. De acordo com o levantamento realizado pelo Dieese e pela Fundação Seade, os brancos têm rendimento mensal médio de 760 reais, quase o dobro dos 400 reais que os negros recebem por mês.
Apresentados dessa forma, os números apontam para uma idéia equivocada e simplista de que os patrões estão contratando brancos e negros para postos de igual responsabilidade, mas, num ato preconceituoso, decidem dar aos brancos um salário mais alto e aos negros vencimentos mais modestos. Isso não acontece. Se estivesse ocorrendo, o problema racial no Brasil até poderia ser enfrentado na delegacia de polícia ou na Justiça.  A explicação para o abismo que separa os rendimentos de negros e brancos é de outra natureza, muito mais profunda.
Negros e brancos recebem salários diferentes porque não ocupam os mesmos postos de trabalho – nem estão habilitados a fazê-lo. A máquina que produz a fissão social separa as raças aos poucos, e de forma cirúrgica. De que outra maneira se pode explicar que, quando observada em bloco, a população negra representa 45% do total da sociedade, mas, quando se analisa o 1,7  milhão de brasileiros com maior renda, os negros são apenas 10%?
 Ela mostra alunos do curso de marketing de uma universidade paulista que gentilmente se deixaram fotografar para esta reportagem.
 Tente contar quantos estudantes negros aparecem na sala. Um talvez? Esse grupo não é uma exceção, e os alunos selecionados para o curso foram escolhidos por vestibular – não em entrevistas pessoais, que poderiam dar margem a práticas discriminatórias. Os negros não aparecem na fotografia simplesmente porque não conseguiram chegar à universidade. Por razões diversas, a maioria deles ficou pelo caminho. Sem acesso à faculdade, não se habilitam a um bom posto de trabalho.
Relegados a funções secundárias, acabam  recebendo menos no fim do mês. O resultado aparece no estudo: tomando-se em bloco o vencimento dos negros, eles realmente ganham  menos que os brancos, já que possuem emprego de menor destaque.  Para entender por que os negros ganham menos, é preciso ir à origem do problema. Em primeiro lugar, está o fator escolaridade. Segundo uma pesquisa feita pelo  Ipea, o tempo médio de estudo de um jovem branco com 25 anos é de 8,4 anos, enquanto o negro na mesma idade passou apenas 6,1 anos na escola.
O abismo fica evidente quando se observa o currículo escolar. Considerando que um branco e um negro começaram juntos na 1ª série do ensino fundamental, o branco vai até o 1º ano do colegial e o negro abandona a escola na 6ª série. Como cada ano de estudo na vida de uma pessoa representa um acréscimo de 16% em sua renda, a defasagem escolar torna-se a primeira barreira para a conquista de melhor remuneração. Mas por que os negros estudam menos? Uma resposta está na renda familiar dos estudantes. Ela é mais baixa entre os negros, obrigando boa parte das crianças a interromper os estudos mais cedo para ajudar no orçamento doméstico.
Trata-se de um círculo vicioso difícil de ser rompido. Como são mais pobres, os negros estudam menos. Como estudam menos, eles permanecem na pobreza. Muitos estudiosos acreditam que a melhor maneira de reduzir a desigualdade é estabelecer cotas para negros na escola e no mercado de trabalho.
Nos Estados Unidos, o sistema de cotas nas universidades e na administração pública fez com que a classe média negra dobrasse nos últimos vinte anos. Mas as chamadas "políticas afirmativas" também produziram uma nova forma de disputa racial. Um candidato branco que perde um bom emprego não por ser menos capacitado mas porque a lei favorece o negro normalmente se considera injustiçado pela política de cotas. Nesse caso, a política pode ser lida como uma forma de preconceito.
A despeito dos debates acirrados, a verdade é que nos Estados Unidos o sistema se mostrou eficiente para combater a desigualdade. No Brasil, alguns órgãos públicos anunciaram recentemente a reserva de vagas para negros. Também está sendo criada uma lei que estabelece a cota mínima de 25% para atores negros em programas de televisão. As estatísticas apontam que a situação do negro brasileiro tem melhorado em alguns setores. Segundo um levantamento feito pelo IBGE, em cada grupo de dez negros, quatro estão parados na pirâmide social. Dos seis que estão se mexendo, cinco estão subindo.
No mercado de trabalho, também ocorreram avanços. Há dez anos, apenas 10% dos negros eram empregadores.  Hoje os patrões negros representam 22% do total. Como consequência, tornaram-se mais freqüentes cenas de negros em restaurantes caros ou fazendo compras em lojas chiques nos shoppings. Os avanços amenizam o problema, mas não escondem o fato de que existe enorme desigualdade racial no Brasil.
Ainda falta muito para que as salas das universidades, os cargos de chefia e os postos públicos mais cobiçados sejam preenchidos de forma equilibrada entre brancos e negros.

Texto 2.
Desigualdade entre negros e brancos cai na educação – em virtude do dia da consciência negra no Brasil
           
As disparidades entre negros e brancos têm diminuído na educação, mas isso ainda não se refletiu em queda da desigualdade de renda na mesma proporção, indica o quarto Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), lançado pelo governo federal no fim de março, em Brasília.
Entre a população que trabalha, o rendimento de pretos ou pardos melhorou um pouco mais que o dos brancos, e a inequidade caiu. Na população como um todo,  a pobreza encolheu, mas a redução foi semelhante entre os dois grupos — a desigualdade, portanto, se manteve. Na avaliação do estudo, “os dados indicam a persistência de práticas de discriminação”.
O estudo mostra que a tendência de universalização do ensino fundamental — uma política mais geral, não voltada a determinadas etnias especificamente — beneficiou negros e brancos. Em 1992, o percentual de pessoas de 7 a 14 anos que frequentavam o ensino fundamental era de 75,3% para pretos ou pardos e 87,5% para brancos. Já em 2008, as porcentagens eram praticamente iguais: 94,7% no primeiro caso e 95,4% no segundo. Um dos efeitos disso foi a queda da desigualdade no analfabetismo.
Na faixa etária de 15 a 24 anos, a taxa era de 95,6% para os brancos e 86,8% para os negros, em 1992. Já em 2008 os números eram parecidos: 98,7% para os brancos, 97,3% para pretos ou pardos. No ensino médio a desigualdade ainda persiste, embora em nível menor. Em 1992, a proporção de brancos de 15 a 17 anos matriculados no antigo colegial (27,1%) era quase o triplo da dos negros (9,2%). Em 2008, a diferença havia caído para 44% (61% entre os brancos, 42,2% entre pretos ou pardos). Quanto se adiciona o componente gênero, porém, a questão se agrava. "As negras frequentam menos as escolas, apresentam menores médias de anos de estudo e maior defasagem escolar", afirma o estudo.
Se o perfil educacional de negros e brancos ficou mais parecido,  poderia se esperar que o mesmo acontecesse com o rendimento. Não é o que tem ocorrido. A distância entre trabalhadores brancos e os de cor preta ou parda diminuiu, mas ainda é grande. Em 2008, estes últimos recebiam somente 56,7% da remuneração dos primeiros, enquanto dez anos antes o percentual era de 48,4%. "Tal diferencial se deve, em grande medida, à menor escolaridade média da população preta e parda, que, no entanto, não é suficiente para explicar as diferenças de rendimentos", afirma o relatório. O confronto dos dados de 1998 com os de 2008 mostra  que, nos dez anos e para todas as faixas de escolaridade, os pretos ou pardos sempre estiveram em situação pior na população ocupada. Ao longo desse período, a desigualdade caiu entre quem tem até 4  anos de estudos ( no máximo o antigo primário, portanto) e quem tem de 9 a 11 anos de estudos (ensino médio completo ou incompleto).
Mas não mudou entre trabalhadores com 5 a 8 anos de estudos (antigo ginásio completo ou incompleto) e aumentou entre os que têm superior completo e incompleto. Quando se leva em conta não apenas os trabalhadores, mas toda a população, a desigualdade se mostra estável. O relatório aponta que, em 1990, 37,1% dos pretos ou pardos viviam abaixo da linha de extrema pobreza do Banco Mundial (US$ 1,25 ao dia, em dólar calculado pela paridade do poder de compra, que desconta as diferenças de custo de vida entre os países). Em 2008, a proporção havia caído para 6,6% — um recuo de 82% no período. Entre os brancos, a queda foi semelhante (83%): de 16,5%, em 1990, para 2,8%, no ano retrasado. Os números mostram, portanto, que a proporção de pessoas muito pobres entre os negros é mais que o dobro que entre os brancos.
Sob esse ponto de vista, a desigualdade racial abre um fosso de cinco anos entre os dois grupos: a extrema pobreza de pretos e partos de 2008 era a mesma que a de brancos de 2003. Como afirma o estudo, apesar dos avanços "o objetivo da igualdade racial  requereria uma queda mais acelerada da pobreza extrema entre pretos ou pardos".Fonte: Pauta Social, Comunicação Portal Social
1)      Qual a temática do texto 1? E a do texto 2?
2)      A que se refere a  palavra “isso”, na  primeira linha do texto 2?
3)      Retire as partes do texto que foram colocadas entre aspas.
4)      De acordo com as duas últimas linhas do texto 2, conseguiu – se alcançar a igualdade entre negros e brancos? Justifique.
5)      De acordo com os  textos , fale sobre as disparidades existentes entre brancos e negros nos aspectos:
a)      Econômico;
b)      Educação;
6)      “Sob esse  ponto de vista...”, texto 2,  a que se refere a palavra em destaque?
7)      E você? Acha que ainda existe essa diferença social que foi evidenciada no texto? Justifique.
8)      Fale sobre o avanço ocorrido no mercado, com base no penúltimo parágrafo do texto 1.
9)      O quadro da discriminação vem de um fato histórico. Aponte esse fato.
10)  Em que momento do texto 1, esse fato indiretamente foi apontado?
11)  Qual a sua opinião sobre as cotas para negros nas universidades? Justifique.

12)  Com base nos  textos  em estudo, construa outro em 15 linhas. Não se esqueça de dar um título sugestivo.

Redação no Enem - orientações

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO DO ENEM

Diante do exame do vestibular e do ENEM , oferecemos alguns procedimentos para que o estudante faça um bom texto na prova de redação.
1. Pense no que você quer dizer e diga da forma mais simples. Procure ser direto na construção das sentenças.
2. Corte palavras sempre que possível. Use a voz ativa, evite a passiva.
3. Evite termos estrangeiros e jargões.
4. Evite o uso excessivo de advérbios.
5. Seja cauteloso ao utilizar as conjunções "como", "entretanto", "no entanto" e "porém". Quase sempre são dispensáveis.
6. Tente fazer com que os diálogos escritos (em caso de narração) pareçam uma conversa.
Uso do gerúndio empobrece o texto. Exemplo: Entendendo dessa maneira, o problema vai-se pondo numa perspectiva melhor, ficando mais claro...
7. Adjetivos que não informam são dispensáveis. Por exemplo: luxuosa mansão. Toda mansão é luxuosa.
8. Evite o uso excessivo do "que". Essa armadilha produz períodos longos. Prefira frases curtas. Exemplo: O fato de que o homem que seja inteligente tenha que entender os erros dos outros e perdoá-los não parece que seja certo.
9. Evite clichês (lugares comuns) e frases feitas. Exemplos: "subir os degraus da glória", "fazer das tripas coração", "encerrar com chave de ouro", "silêncio mortal", "calorosos aplausos", "mais alta estima".
10. Verbo "fazer", no sentido de tempo, não é usado no plural. É errado escrever: "Fazem alguns anos que não leio um livro". O certo é "Faz alguns anos que não leio um livro".
11. Cuidado com redundâncias. É errado escrever, por exemplo: "Há cinco anos atrás".
Corte o "há" ou dispense o "atrás". O certo é "Há cinco anos..."
12. Só com a leitura intensiva se aprende a usar vírgulas corretamente. As regras sobre o assunto são insuficientes.
13. Leia os bons autores e faça como eles: trate a vírgula com bons modos.
14. Nas citações, use aspas, coloque a vírgula e um verbo seguido do nome de quem disse ou escreveu aquilo. Exemplo: "O que é escrito sem esforço é geralmente lido sem prazer.", disse Samuel Johnson.
15. Leia muito, leia sempre, leia o que lhe pareça agradável. Escreva diários, cartas, e-mails, crônicas, poesias, redações, qualquer texto. Só escrevendo, se aprende a escrever.

A redação do Enem 2011, tal como toda prova, deve ser confeccionada com caneta esferográfica de tinta preta ou azul, segundo o que for cobrado no caderno do candidato. O texto da redação deve ser dissertativo-argumentativo e, quanto ao estilo, integralmente em texto em prosa. A redação deve conter mais de 7 e, no máximo, 30 linhas. O rascunho deve ser feito em espaço próprio sem invadir a área reservada para a redação. Deve-se prestar especial atenção em alguns itens específicos das instruções acima:
Primeiro. O que é um texto dissertativo-argumentativo? Quanto ao objetivo, uma dissertação é um texto expositivo e organizado de idéias, cuja função linguística é o desenvolvimento de raciocínios e análise de contextos, dados e fatos. Quanto à estrutura, uma dissertação deve ser dividida em introdução, desenvolvimento e conclusão, traçadas de maneira progressiva e obedecendo a uma sequência lógica. Devem ser apresentados argumentos que corroborem o ponto de vista exposto. A correta observância do conjunto dessas características resultarão no estilo de texto em prosa.
Segundo. A observância à norma culta da língua portuguesa deve ser respeitada. Erros de qualquer tipo vão custar caro na somatória final dos pontos da redação. Importante salientar que no Enem 2011 ainda não será obrigatória a utilização das regras definidas pelo novo acordo ortográfico da língua portuguesa, para os países lusófonos, que apenas serão cobradas no Enem em 2013.

Possíveis temas: sugestões: Escolha um dos temas abaixo e produza um texto. (Mínimo 15 linhas e máximo 20).
- Meio ambiente
- A fragilidade econômica dos países emergentes
- O desemprego
- Convivendo com a dúvida
- A dívida social
- A violência urbana
- Sobrevivendo às crises
- A única certeza é a incerteza
- Inclusão digital: um direito de todo brasileiro.
- O trabalho escravo no Brasil: uma realidade intrigante.

impessoalização da linguagem, 3º ano

IMPESSOALIZAÇÃO DA LINGUAGEM (Capítulo 10, unidade I, p.112)  WILLIAM ROBERTO CEREJA E TEREZA COCHAR MAGALHÃES. PORTUGUÊS LINGUAGENS.

Dignidade...
            [...] Respeito, cidadania, autoestima... A lista poderia ser enorme se eu continuasse buscando palavras para relacionar o que nós, negros, estamos buscando ao longo dos anos para reafirmar nossa negritude. Ainda somos vistos com os olhos da desconfiança e nossa capacidade de trabalho é timidamente colocada à prova. O tempo – no entanto, como sempre disse – não é para lamentações. Temos mais é que acreditar que podemos mudar e enfrentar desafios. Nada de ficar com um olho no peixe e outro no gato.
Fran Oliveira (Raça Brasil, nº 71)

Discriminação: o que é?
            Quando alguém ou um grupo julga uma pessoa não pelo que ela é, mas por sua nacionalidade, cor, sexo, orientação sexual, isto é discriminar. Trata-se de um hábito arraigado em todos os povos, aprendido pelas crianças ao copiarem as atitudes de seus pais, com consequências medonhas na forma de guerras (tutsis contra hutus, sérvios contra croatas) e opressão sistemática de grandes parcelas da população (negros pelos brancos, índios pelos colonizadores, mulheres pelos homens, judeus pelos cristãos, etc.). Apesar de ser muito difícil mudar opiniões aprendidas na primeira infância, não é impossível exercitar a tolerância na forma de controle de ações discriminatórias. Nos Estados Unidos, por exemplo, muitas corporações já proíbem comentários e piadas sexistas (pressupondo que toda mulher é burra ou prostituta ou inferior), racistas (contra negros, mulatos, índios, latinos) e até mesmo contra pessoas com deficiências físicas.
(Gilberto Dimenstein, Aprendiz do futuro. São Paulo: Ática, 1997. P.58)

1. Uma das formas de impessoalizar a linguagem é indeterminar o sujeito. Para isso, existem duas possibilidades:
- suprime-se o sujeito e coloca-se o verbo na 3ª pessoa do plural;
- emprega-se verbo intransitivo ou transitivo indireto ou de ligação + pronome se.

Observe:
O presidente da associação já redigiu o requerimento. / Já redigiram o requerimento.

Precisamos de pessoas idealistas. / Precisa-se de pessoas idealistas.

Impessoalize os enunciados que seguem utilizando um desses procedimentos ou, se possível, os dois.

a)      As pessoas carentes nunca precisaram tanto de ajuda como agora.
b)      Naqueles tempos, aos domingos os moradores iam tomar banho no rio.
c)       Como as crianças eram felizes naquela casa!
d)      A professora perguntou de você na escola.

2. Outra forma de impessoalização é passar orações na voz ativa para a voz passiva, suprimindo o agente da passiva. Há dois meios de transformar a voz ativa em voz passiva:

- verbo transitivo direto na forma analítica, acompanhado do auxiliar ser ou estar;
- verbo transitivo direto na forma sintética, acompanhado da partícula apassivadora se.

Observe:
Quando alguém ou um grupo julga uma pessoa não pelo que ela é...(ativa)
Quando uma pessoa é julgada não pelo que ela é...(passiva analítica)
Quando se julga uma pessoa não pelo que ela é...(passiva sintética)

Faça o mesmo com os enunciados a seguir, atentando para a concordância do verbo com o sujeito paciente.

a)      Muitas corporações proíbem piadas e comentários sexistas.
b)      Os deputados aprovaram uma lei de validade discutível.
c)       O time aplaudiu os atletas novatos.
d)      Alguns funcionários tomaram decisões sem consultar o diretor.
e)      Vocês podem encontrar os livros em todas as livrarias da cidade.

3. Outra forma de impessoalizar a linguagem é fazer uso de alguns verbos, como haver, fazer, existir, e expressões como convém observar, é bom lembrar, é preciso considerar, não se pode esquecer, é indispensável, é importante, etc.
Observe:
Eu acho que todos devem colaborar na campanha da vacinação de idosos.
Convém que todos colaborem na campanha da vacinação de idosos.

Faça o mesmo com os enunciados que seguem:

a)      Nós queríamos acrescentar mais um item nas normas escolares.
b)      Todos têm de cumprir rigorosamente o horário combinado.
c)       Tenho a impressão de que os danos causados pelas bebidas alcoólicas são maiores do que os causados pelas drogas.
d)      Acho que algumas brincadeiras feitas nos trotes para calouros são de mau-gosto.

4. O texto a seguir foi publicado numa revista brasileira alguns meses antes das Olimpíadas de Atenas e logo após a conquista da medalha de ouro por Daiane dos Santos, no Mundial de Ginástica no Rio de Janeiro. O texto apresenta marcas de pessoalidade. Identifique os trechos em que se notam essas marcas e reescreva-os, empregando as técnicas de impessoalização da linguagem.

Vai para o pódio ou não vai?

Nunca é tarde para aprender um esporte. Neste momento, por exemplo, somos 170 milhões em ação, tentando decifrar a ginástica olímpica. Não importa que poucos entre nós sejam capazes de distinguir entre um duplo twist carpado e um duplo twist esticado sem o auxílio do replay em câmera lenta. Daqui até o início das Olimpíadas teremos tempo suficiente para aprender a avaliar um exercício de solo com precisão de três casas depois da vírgula. "Ladrões! Esse era pra no mínimo 9,689!", vociferarão pais de família, com a mesma naturalidade de quem contesta um impedimento mal marcado.
Já vimos esse filme. Até 1997, por exemplo, a palavra "saibro" não fazia parte do vocabulário cotidiano. Na nossa cultura, se algo passasse de zero para 15, fosse direto a 30 e logo depois a 40, tratava-se evidentemente de um sinal da volta da hiperinflação, e não de um sistema exótico de contagem de pontos. No entanto, bastou o Guga ser campeão em Roland Garros para que os resultados do tênis passassem a aparecer diariamente no noticiário, junto com a cotação do dólar e o ibope da novela das 9. A prolongada má fase do nosso jogador número um, contudo, ameaça relegar o tênis ao mesmo limbo habitado por esportes outrora populares, como o xadrez de Mequinho e o salto triplo de João do Pulo.
O fato é que não gostamos de esporte: gostamos é de campeões. Precisaríamos nascer de novo para aprender a apreciar uma competição esportiva como se deve. Na encarnação atual, nosso negócio é torcer. Nem todos os esportes, infelizmente, são apropriados ao nosso estilo de torcida. Ainda não se sabe como o mundo reagirá àquele mar de camisetas amarelas nas arquibancadas de Atenas berrando "Ê Ô Ê Ô, A DAIANE É UM TERROR!".
Observe o contra-senso. Somos os inventores do único esporte verdadeiramente olímpico - o frescobol, jogo singular em que não há vencedor nem vencido. Ainda assim, os esportes em que não temos chances de ser campeões nos causam a mais olímpica indiferença. Veja o caso da Fórmula 1. Alguém aí tem acompanhado as corridas de verdade, como antigamente? Duvido. A gente deixa a TV ligada, mas é só para passar o tempo, enquanto espera o Nelsinho Piquet Jr. chegar.
O mais espantoso é que, com exceção do futebol, nossos campeões mundiais surgem em esportes que nenhum brasileiro parece praticar na vida real. Antes do Guga, o Brasil só se destacava pelo roubo de tênis. Ginástica é um esporte que normalmente só praticamos com o orçamento doméstico. E nosso talento natural para o automobilismo - a saber: atravessar o sinal vermelho, ultrapassar pelo acostamento e molhar a mão do guarda - não serve para nada na hora de disputar um grande prêmio.
O difícil de torcer por esses esportes desconhecidos é aprender a conviver com a irregularidade dos atletas. São poucas as modalidades em que conseguimos manter nossa hegemonia de maneira consistente. Só existe um esporte em que não somos ameaçados por nenhum país há muitos anos: o top-modelismo. Faz pelo menos duas Copas do Mundo que Gisele Bündchen lidera o ranking, sem amarelar. O que mais podemos querer? Daiane no solo, Gisele na passarela. É! CAM-PE-ÃO! É! CAM-PE-ÃO!

Revista Época, 12/4/2004, coluna Xongas.

Concordância verbal com gabarito

Concordância Verbal /Exercícios

1. Assinale a opção em que há erro de conjugação verbal em relação à norma culta da língua:
a) Se ele vir o nosso trabalho, ficará muito doente.
b) Não desanimes; continue batalhando.
c) Meu pai interveio na discussão.
d) Se ele reouvesse o que havia perdido.
e) Quando eu requiser a segunda via do documento...

2 A única frase que NÃO apresenta desvio em relação à concordância verbal recomendada pela norma culta é:
a) A lista brasileira de sítios arqueológicos, uma vez aceita pela Unesco, aumenta as chances de preservação e sustentação por meio do ecoturismo.
b) Nenhum dos parlamentares que vinham defendendo o colega nos últimos dias inscreveram-se para falar durante os trabalhos de ontem.
c) Segundo a assessoria, o problema do atraso foi resolvido em pouco mais de uma hora, e quem faria conexão para outros Estados foram alojados em hotéis de Campinas.
d) Eles aprendem a andar com bengala longa, o equipamento que os auxilia a ir e vir de onde estiver para onde entender.
e) Mas foram nas montagens do Kirov que ele conquistou fama, especialmente na cena “Reino das Sombras”, o ponto mais alto desse trabalho.

3. A única frase em que as formas verbais estão corretamente empregadas é:
a) Especialistas temem que órgãos de outras espécies podem transmitir vírus perigosos.
b) Além disso, mesmo que for adotado algum tipo de ajuste fiscal imediato, o Brasil ainda estará muito longe de tornar-se um participante ativo do jogo mundial.
c) O primeiro-ministro e o presidente devem ser do mesmo partido, embora nenhum fará a sociedade em que eu acredito.
d) A inteligência é como um tigre solto pela casa e só não causará problema se o suprir de carne e o manter na jaula.
e) O nome secreto de Deus era o princípio ativo da criação, mas dizê-lo por completo equivalia a um sacrilégio, ao pecado de saber mais do que nos convinha.

4. (FUVEST) Complete as frases abaixo com as formas corretas dos verbos indicados entre parênteses.
a) Quando eu _________________ os livros, nunca mais os emprestarei. (reaver)
b) Os alienados sempre ______________ neutros. (manter-se)
c) As provas que _____________ mais erros seriam comentadas. (conter)
d) Quando ele _________________ uma canção de paz, poderá descansar. (compor)

5. (FGV) Nas questões abaixo, ocorrem espaços vazios. Para preenchê-los, escolha um dos seguintes verbos: fazer, transpor, deter, ir. Utilize a forma verbal mais adequada.
1) Se _______________ dias frios no inverno, talvez as coisas fossem diferentes.
2) Quando o cavalo ________________ todos os obstáculos, a corrida terminará.
3) Se o cavalo _______________ mais facilmente os obstáculos, alcançaria com mais folga a linha de chegada.
4) Se a equipe econômica não se __________________ nos aspectos regionais e considerar os aspectos globais, a possibilidade de solução será maior.
5) Caso ela ______________ ao jogo amanhã, deverá pagar antecipadamente o ingresso.

6. (ENG. MACK) As formas que completariam o período: “Pagando parte de suas dívidas anteriores, o comerciante ________________ novamente seu armazém, sem que se __________ com seus credores, para os quais voltou a merecer confiança”, seriam:
a) proveu – indispusesse
b) proviu – indispuzesse
c) proveio – indispuzesse
d) proveio – indispusesse
e) n.d.a.

7. (UFSCar) “O acordo não ______ as reivindicações, a não ser que ______ os nossos direitos e _____ da luta.”
a) substitui – abdicamos – desistimos
b) substitue – abdicamos – desistimos
c) substitui – abdiquemos – desistamos
d) substitui – abidiquemos – desistimos
e) substitue – abdiquemos – desistamos

8. Complete os espaços com um dos verbos colocados nos parênteses:
a) ________________os filhos e o pai...
(chegou/chegaram)
b) Fomos nós que _______________ na questão.
(tocou/tocamos)
c) Não serei eu quem _________________ o dinheiro.
(recolherei/ recolherá)
d) Mais de um torcedor _______________________ estupidamente.
(agrediu-se/agrediram-se)
e) O fazendeiro com os peões __________________ a cerca.
(levantou/ levantaram)

9. Como no exercício anterior.
a) _____________ de haver algumas mudanças no seu governo. (há/ hão)
b) Sempre que ______________ alguns pedidos, procure atendê-los rapidamente. (houver/ houverem)
c) Pouco me _______________ as desculpas que ele chegar a dar. (importa/ importam)
d) Jamais ______________ tais pretensões por parte daquele funcionário. (existiu/ existiram)
e) Tudo estava calmo, como se não ________________ havido tantas reivindicações. (tivesse/ tivessem)

10. Complete os espaços com um dos verbos colocados nos parênteses.
a) Espero que se _________________ as taxas de juro. (mantenha/ mantenham)
b) É importante que se _______________ outras soluções para o problema. (busque/ busquem)
c) Não se ______________ em pessoas que não nos olham nos olhos. (confia/confiam)
d) Hoje já não se __________________ deste modelo de carro. (gosta/ gostam)
e) A verdade é que ________________ certos pormenores pouco convincentes. (observou/observaram)

11 – (UFPR) – Observe a concordância verbal:
1 – Algum de vós conseguirei a bolsa de estudo?
2 – Sei que pelo menos um terço dos jogadores estavam dentro do campo naquela hora.
3 – Os Estados Unidos são um país muito rico.
4 – No relógio do Largo da Matriz bateu cinco horas: era o sinal esperado.

a) Somente a frase 1 está errada.
b) Somente a frase 2 está errada.
c) As frases 2 e 3 estão erradas.
d) As frases 1 e 4 estão erradas.
e) As frases 2 e 4 estão erradas.

6 – (CESCEM – SP) – Já ... anos, ... neste local árvores e flores. Hoje, só ... ervas daninhas.
a) fazem/havia/existe
b) fazem/havia/existe
c) fazem/haviam/existem
d) faz/havia/existem
e) faz/havia/existe



Resolução:

01 - E

02 - A

03 - E

04 - a) reouver
b) mantêm / mantiveram
c) contivessem
d) compuser

05 - 1) fizessem
2) transpuser
3) transpusesse
4) detiver
5) vá

06 - A

07 - E

08 - a) Chegaram
b) tocamos
c) recolherá
d) agrediram-se
e) levantaram

09 - a) Há
b) houver
c) importam
d) existiram
e) tivesse

10 - a) mantenham
b) busque
c) confia
d) gosta
e) observaram

Proposta de Redação - dissertação

Observe o início de cada parágrafo e complete a ideia.

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Ultimamente, mesmo com muitas ações do governo a fim de diminuir a miséria, _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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Ter formação, que antes era um fator ligado à ascensão social, já não é mais, _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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Conclusão __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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