segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Praticando a produção textual narrativa - teoria - 9º ano

Esqueleto da narrativa e análise de cada parte que a compõe. 9º A,B
Personagens: 
• Personagens principais: protagonistas X antagonistas 
• Personagens-auxiliares ou ajudantes. (secundárias)
Apresentação dos personagens: 
• Direta: descrição de traços físicos e/ou psicológicos. 
• Indireta: ações, comportamentos, acontecimentos vividos pelas personagens, falas.
Discurso: 
• Direto 
• Indireto 
• Indireto livre
Enredo: 
• Linear: começo – meio – fim – os acontecimentos são contínuos. 
• Não-linear: descontinuidade temporal, cortes ou saltos na seqüência de ações, quebra da continuidade lógica e cronológica dos acontecimentos. 
• Cronológico: dos relógios, objetivamente marcado. 
• Psicológico: da duração interior das vivências. Técnica do flash back.
Síntese:

Os Elementos da Narrativa
Os elementos que compõem a narrativa são:
- Foco narrativo (1º e 3º pessoa);
- Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);
- Narrador (narrador-personagem, narrador-observador).
- Tempo (cronológico e psicológico);
- Espaço. ( onde ocorrem os fatos narrados – cidade, zona rural, etc. O espaço pode sofrer variação)
Foco Narrativo/tipos de narradores:
• Narrador-personagem: 1ª pessoa 
• Narrador-observador: 3ª pessoa 
• Narrador-onisciente: conhece toda a história que relata e até os pensamentos dos personagens envolvidos nela. 
- Narrador-personagem: é aquele que conta a história na qual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa.
- Narrador-observador: é aquele que conta a história como alguém que observa tudo que acontece e transmite ao leitor, a história é contada em 3 pessoa.
- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo e as personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece misturada com pensamentos dos personagens (discurso indireto livre).
É comum que o texto narrativo apresente a seguinte estrutura:
Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.
Complicação: é a parte do texto em que se inicia propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, conduzindo ao clímax.
Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens.
Os personagens têm muita importância na construção de um texto narrativo, são elementos vitais.
As personagens são principais ou secundárias, conforme o papel que desempenham no enredo, podem ser apresentadas direta ou indiretamente.
A apresentação direta é quando o personagem aparece de forma clara no texto, retratando suas características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando os personagens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo. 


O Narrador
O narrador é o dono da voz ou, em outras palavras, a voz que nos conta os fatos e seu desenvolvimento. Dependendo da posição do narrador em relação ao fato narrado, a narrativa pode ser feita em primeira ou em terceira pessoa do singular. 

Temos assim, o ângulo, o ponto de vista, o foco pelo qual serão narrados os acontecimentos (daí falar-se em foco narrativo). Na narração em primeira pessoa, o narrador participa dos acontecimentos; é, assim, um personagem com dupla função: o personagem-narrador. Pode ter uma participação secundária nos acontecimentos, destacando, desse modo, seu papel de narrador, ou ter importância fundamental, sendo mesmo o personagem principal. Nesse caso, a narração em primeira pessoa permite ao autor penetrar e desvendar com maior riqueza o mundo psicológico do personagem. É importante observar que, nas narrações em primeira pessoa, nem tudo o que é afirmado pelo narrador corresponde à "verdade", pois, como ele participa dos acontecimentos, tem deles uma visão própria, individual e, portanto, parcial. A principal característica desse foco é, então, a visão subjetiva que o narrador tem dos fatos: ele narra apenas o que vê, observa e sente, ou seja, os fatos passam pelo filtro de sua emoção e percepção. Já nas narrações em terceira pessoa, o narrador está fora dos acontecimentos; podemos dizer que ele paira acima de tudo e de todos.
Essa situação lhe permite saber de tudo, do passado e do futuro, das emoções e dos pensamentos dos personagens - daí ser chamado de onisciente (oni + sciente, ou seja, "o que tem ciência de tudo", "o que sabe de tudo"). Repare que o narrador onisciente "lê" os sentimentos, os desejos mais íntimos da personagem (aliás, o narrador vê o que ninguém tem condições de ver: o mundo interior do personagem), e sabe qual será a repercussão desse ato no futuro.

O Enredo
O enredo (ou trama, ou intriga) é, podemos dizer, o esqueleto da narrativa, aquilo que dá sustentação à história, o que a estrutura, ou seja, é o desenrolar dos acontecimentos (é a linha se entrelaçando, formando a malha, a trama, a rede, o tecido, o texto). Geralmente, o enredo está centrado num conflito, responsável pelo nível de tensão da narrativa.

Os Personagens
Os seres que participam do desenrolar dos acontecimentos, isto é, aqueles que vivem o enredo, são os personagens (em português, a palavra personagem tanto pode ser masculina como feminina). 
Em geral, o personagem bem construído representa uma individualidade, apresentando traços psicológicos próprios. Há também personagens que representam tipos humanos, identificados pela profissão, pelo comportamento, pela classe social, enfim, por algum traço distintivo comum a todos os indivíduos dessa categoria. 
Há ainda personagens cujos traços de personalidade ou padrões de comportamento são extremamente acentuados (às vezes beirando o ridículo); nesses casos (muito comuns, por exemplo, em novelas de televisão), temos personagens caricaturais.

Personagem e Enredo
Veja como se dá a relação personagem/enredo, segundo o crítico Antonio Candido:
Geralmente, da leitura de um romance fica a impressão duma série de fatos, organizados em enredo, e de personagens que vivem esses fatos. É uma impressão praticamente indissolúvel: quando pensamos no enredo, pensamos simultaneamente nas personagens; quando pensamos nestas, pensamos simultaneamente na vida em que se enredam, na linha do seu destino - traçada conforme uma certa duração temporal, referida a determinadas condições de ambiente. O enredo existe através dos personagens; as personagens vivem do enredo.
Enredo e personagem exprimem, ligados, os intuitos do romance, a visão da vida que decorre dele, os significados e valores que o animam.

(CANDIDO, Antonio. A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 1987. p. 534).

O Ambiente
Ambiente é o cenário por onde circulam personagens e onde se desenrola o enredo. Em alguns casos, a importância do ambiente é tão fundamental que ele se transforma em personagem. Por exemplo: o Nordeste, em grande parte do romance modernista brasileiro; o colégio interno, em O Ateneu, de Raul Pompéia; o caso mais nítido está em O cortiço, de Aluísio Azevedo. 

Observe como sempre há relação estreita entre o personagem, seu comportamento e o ambiente que o cerca; repare como, muitas vezes, por meio dos objetos possuídos podemos fazer um retrato perfeito do possuidor.

O Tempo
O narrador pode se posicionar de diferentes maneiras em relação ao tempo dos acontecimentos - pode narrar os fatos no tempo em que eles estão acontecendo; pode narrar um fato perfeitamente concluído; pode entremear presente e passado, utilizando a técnica de flashback. 

Há também o tempo psicológico, que reflete angústias e ansiedades de personagens e que não mantém nenhuma relação com o tempo propriamente dito, cuja passagem é alheia à nossa vontade. Falas como "Ah, o tempo não passa..." ou "Esse minuto não acaba!" refletem o tempo psicológico.

A Gramática na Narração
Num texto narrativo predominam os verbos de ação: há, em geral, um trabalho com os tempos verbais. Afinal, a narração, ou seja, o desenrolar de um fato, de um acontecimento, pressupõe mudanças; isso significa que se estabelecem relações anteriores, concomitantes e posteriores.   Ao optar por um dos tipos de discursos, organizamos o texto de forma diferente. Os verbos de elocução, os conectivos, a pontuação, a coordenação ou a subordinação passam a ter papel relevante na montagem do texto. 

Ao transformar o discurso direto em indireto (ou vice-versa), realizamos uma grande mexida na arquitetura do texto. Portanto, para organizarmos um bom texto narrativo, temos de trabalhar o arcabouço gramatical que o sustenta (isso sem contarmos que, em geral, deparamo-nos com passagens descritivas no miolo de um texto narrativo, o que exige uma organização diferenciada).

Tipos de Narrativa


Sabemos que o ato de contar histórias remonta ao passado. Antigamente as pessoas tinham o hábito de sentar-se à beira de suas casas nos momentos de descanso e relatar fatos acontecidos, muitas vezes ficcionais, e isso ia passando de geração para geração. Quem de nós não conhece a história do Chapeuzinho Vermelho, Bela Adormecida e tantos outros clássicos da literatura? 
Por mais que o advento da tecnologia tenha desencantado essa magia e, de certa forma, promovido o afastamento entre as pessoas, existem variadas formas de narrativas, sejam elas orais, escritas, visuais ou encenadas, como é o caso do teatro. Seja qual for a modalidade, o texto narrativo dispõe-se de certos elementos primordiais, que são: tempo, espaço, personagens, narrador e enredo. 
           E para conhecermos um pouco mais sobre os diversos tipos de narrativa, devemos saber que elas se subdividem em: Romance, Novela, Conto, Crônica e Fábula. Por isso, estudaremos as mesmas passo a passo: 

Romance: É uma narrativa sobre um acontecimento ficcional no qual são representados aspectos da vida pessoal, familiar ou social de uma ou várias personagens. Gira em torno de vários conflitos, sendo um principal e os demais secundários, formando assim o enredo. 

Novela: Assim como o romance, a novela comporta vários personagens, sendo que o desenrolar do enredo acontece numa sequência temporal bem marcada. Atualmente, a novela televisiva tem o objetivo de nos entreter, bem como de nos seduzir com o desenrolar dos acontecimentos, pois a maioria foca assuntos relacionados à vida cotidiana. 

Conto: É uma narrativa mais curta, densa, com poucos personagens, e apresenta um só conflito, sendo que o espaço e o tempo também são reduzidos. 

Crônica: Também fazendo parte do gênero literário, a crônica é um texto mais informal que trabalha aspectos da vida cotidiana, muitas vezes num tom muito “sutil” o cronista faz uma espécie de denúncia contra os problemas sociais através do poder da linguagem. 

Fábula: Geralmente composta por personagens representados na figura de animais, é de caráter pedagógico, pois transmite noções de cunho moral e ético. Quando são representadas por personagens inanimados, recebe o nome de Apólogo, mas a intenção é a mesma da fábula.

A Construção do Enredo


Enredo é a sequência de acontecimentos da história, a rede de situações que as personagens vivem, a trama das ações que elas fazem ou que elas sofrem.

Podemos identificar quatro partes que compõem o enredo:
1- Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história, como o momento e o lugar em que a ação se desenvolverá. Cria-se um cenário e uma marcação de tempo para os personagens iniciarem suas ações. Nem todo texto narrativo tem essa primeira parte; há casos em que já de início se mostra a ação em desenvolvimento.
2 – Complicação: é a parte do enredo em que as ações e os conflitos são desenvolvidos, conduzindo o enredo ao clímax.
3 – Clímax: é o ponto em que a ação atinge seu momento crítico, momento de maior tensão, tornando o desfecho inevitável.
4 – Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens.


Protagonistas e Antagonistas
A narrativa é centrada num conflito vivido pelos personagens. Diante disso, a importância dos personagens na construção do texto é evidente. Podemos dizer que existe um protagonista (personagem principal) e um antagonista (personagem que atua contra o protagonista, impedindo-o de alcançar seus objetivos). Há também os adjuvantes ou coadjuvantes, esses são personagens secundários que também exercem papéis fundamentais na história.

Atividade
1)      Escrever a recontagem escrita do filme destacando as características da narração. ( enredo, tempo, personagens, clímax, desfecho, foco narrativo)  Não se esqueça de colocar as características físicas e psicológicas das personagens.

ANÁLISE DO FILME- “DORMINDO COM O INIMIGO”, como modelo.
“ Sleeping with the enemy” .
 EUA, 1991Diretor: Joseph Ruben
Elenco: Julia Roberts ( Laura),Patrick Bergin ( Martin),Kevin Andreson (Ben).
Duração: 90 minutos.

Personagens:
LAURA: Protagonista do filme, casada com Martin, e que depois assume nova identidade com o nome de SARA WATERS. MARTIN Marido de Laura,  BEN professor de teatro que faz par romântico com Sara Waters
SRA. WILLIANS Mãe de Laura, vive em um asilo.

SINOPSE
O filme narra a história de um casamento em crise (Martin e Laura), onde este exerce domínio através de agressões psicológicas e até físicas sobre sua mulher, cerceando sua liberdade,  até que Laura o surpreende com sua morte acidental no mar, da qual descobre ter sido uma armação para sua fuga para outra cidade, refazendo sua vida com outro nome: Sara Waters, ao lado de outro homem ( Ben ), e mantendo a mãe( Srª. Willians) em um outro asilo próximo. A sua fúria o torna capaz de matá-los e o desfecho é a própria morte através de Laura, que o mata com sua própria arma, para renascer.

CENAS SUGERIDAS.
-
 Toalhas
-Cena de ciúme com agressão física

 ANÁLISE
O filme mostra o relacionamento entre uma mulher ( Laura) e um típico misógeno (Martin): tiranos ciumentos que controlam até mesmo as relações de trabalho, família e amizadede suas companheiras. Miso (odiar) e gyne (Mulher) O homem assume o controle ao esmagar a mulher (agressão psicológica), passando do comportamento amoroso para o comportamento cruel, crítico e insultuoso, de um momento para outro, causando angústia e sofrimento à Laura. No início, como Laura descreve, tiveram momentos inesquecíveis. De alguma forma, Laura não assumiu como a maioria das esposas dos misóginos, a total falta de amor próprio, baixa de autoestima, ela tentou fugir várias vezes até procurou ajuda legal,  porém sem sucesso, mas não desistiu. Conseguiu até vencer o medo de nadar e preparou um roteiro de fuga que colocou em prática no momento adequado. Pensou e fez.

TÓPICOS.
Não importa o que ele fizesse, ela nunca deveria ficar aborrecida, nunca deveria questioná-lo, embora em uma cena do filme antes do passeio de barco ela questione e lhe diga o que pensa...,O personagem de Martin tem todas as características do chamado misógino. Comportamento contraditório e intrigante com momentos de grande delicadeza que rapidamente mudam para ataques de violência verbal e até físicas. Controlador, ele exige perfeição e pune a parceira quando esta demonstra alguma iniciativa própria, ou falha segundo suas regras.

INDICAÇÃO COMO VIDEOTERAPIA - Para familiares de pessoas envolvidas num casamento de conflitos e agressões físicas e/ou psicológicas (onde um homem exerce papel de domínio)Para pessoas que vivem situações familiares de submissão física e/ ou psicológica.

Misógino - De acordo com o sociólogo Allan G. Johnson, "a misoginia é uma atitude cultural de ódio às mulheres porque elas são femininas." Johnson argumentou que:  "A [misoginia] é um aspecto central do preconceito sexista e ideológico, e, como tal, é uma base importante para a opressão de mulheres em sociedades dominadas pelo homem. A misoginia é manifesta em várias formas diferentes, de piadas, pornografia e violência ao auto-desprezo que as mulheres são ensinadas a sentir pelos seus corpos.”

2) Seguir o modelo da análise acima e fazer a análise do filme visto. Dados:  

SEMPRE AO SEU LADO
Título original: Hachiko: A Dog's Story / Hachi: A Dog's Tale
Duração: 93 minutos (1 hora e 33 minutos)
Gênero: Drama
Direção: Lasse Hallström
Ano: 2009
País de origem: EUA

Informações para subsidiar seu texto:
O Filme é uma adaptação norte-americana de um famoso conto japonês sobre um leal cão akita chamado Hachiko.

Responda as questões a seguir sobre o filme visto:
2)      Predomina narrativa cronológica ou psicológica no filme visto? Comprove com uma cena.
3)      Como saber se o filme se trata de um conto?
4)      Aponte o clímax e o desfecho do filme.
5)      Como era o professor Parker fisicamente? E psicologicamente?
6)      Aponte uma cena que pode ser entendida como complicação.
7)      Transforme os discursos abaixo em diretos.

a)      O menino disse que não queria mais ir à aula.
b)      Mamãe falou entristecida que não estava gostando daquela situação.
c)      Joana e Pedro disseram que vão se casar ao final do ano.
d)      Os diretores da escola declararam que não queriam aqueles alunos sem uniforme na escola.
e)      Ele respondeu que queria outra chance.
f)       Eles falaram a todo instante que aquilo não era correto.

g)      Obs: Em uma narrativa,  pode haver passagens descritivas. Tal assunto será abordado no próximo bloco.

Esqueleto da narrativa e análise de cada parte que a compõe. 3º B.
Personagens: 
• Personagens principais: protagonistas X antagonistas 
• Personagens-auxiliares ou ajudantes. (secundárias)
Apresentação dos personagens: 
• Direta: descrição de traços físicos e/ou psicológicos. 
• Indireta: ações, comportamentos, acontecimentos vividos pelas personagens, falas.
Discurso: 
• Direto 
• Indireto 
• Indireto livre
Enredo: 
• Linear: começo – meio – fim – os acontecimentos são contínuos. 
• Não-linear: descontinuidade temporal, cortes ou saltos na seqüência de ações, quebra da continuidade lógica e cronológica dos acontecimentos. 
• Cronológico: dos relógios, objetivamente marcado. 
• Psicológico: da duração interior das vivências. Técnica do flash back.
Síntese:
Os Elementos da Narrativa

Os elementos que compõem a narrativa são:
- Foco narrativo (1º e 3º pessoa);
- Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);
- Narrador (narrador-personagem, narrador-observador).
- Tempo (cronológico e psicológico);
- Espaço. ( onde ocorrem os fatos narrados – cidade, zona rural, etc. O espaço pode sofrer variação)
Foco Narrativo/tipos de narradores:
• Narrador-personagem: 1ª pessoa 
• Narrador-observador: 3ª pessoa 
• Narrador-onisciente: conhece toda a história que relata e até os pensamentos dos personagens envolvidos nela. 
- Narrador-personagem: é aquele que conta a história na qual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa.
- Narrador-observador: é aquele que conta a história como alguém que observa tudo que acontece e transmite ao leitor, a história é contada em 3 pessoa.
- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo e as personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece misturada com pensamentos dos personagens (discurso indireto livre).
É comum que o texto narrativo apresente a seguinte estrutura:
Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.
Complicação: é a parte do texto em que se inicia propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, conduzindo ao clímax.
Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens.
Os personagens têm muita importância na construção de um texto narrativo, são elementos vitais.
As personagens são principais ou secundárias, conforme o papel que desempenham no enredo, podem ser apresentadas direta ou indiretamente.
A apresentação direta é quando o personagem aparece de forma clara no texto, retratando suas características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando os personagens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo. 


O Narrador
O narrador é o dono da voz ou, em outras palavras, a voz que nos conta os fatos e seu desenvolvimento. Dependendo da posição do narrador em relação ao fato narrado, a narrativa pode ser feita em primeira ou em terceira pessoa do singular. 

Temos assim, o ângulo, o ponto de vista, o foco pelo qual serão narrados os acontecimentos (daí falar-se em foco narrativo). Na narração em primeira pessoa, o narrador participa dos acontecimentos; é, assim, um personagem com dupla função: o personagem-narrador. Pode ter uma participação secundária nos acontecimentos, destacando, desse modo, seu papel de narrador, ou ter importância fundamental, sendo mesmo o personagem principal. Nesse caso, a narração em primeira pessoa permite ao autor penetrar e desvendar com maior riqueza o mundo psicológico do personagem. É importante observar que, nas narrações em primeira pessoa, nem tudo o que é afirmado pelo narrador corresponde à "verdade", pois, como ele participa dos acontecimentos, tem deles uma visão própria, individual e, portanto, parcial. A principal característica desse foco é, então, a visão subjetiva que o narrador tem dos fatos: ele narra apenas o que vê, observa e sente, ou seja, os fatos passam pelo filtro de sua emoção e percepção. Já nas narrações em terceira pessoa, o narrador está fora dos acontecimentos; podemos dizer que ele paira acima de tudo e de todos.
Essa situação lhe permite saber de tudo, do passado e do futuro, das emoções e dos pensamentos dos personagens - daí ser chamado de onisciente (oni + sciente, ou seja, "o que tem ciência de tudo", "o que sabe de tudo"). Repare que o narrador onisciente "lê" os sentimentos, os desejos mais íntimos da personagem (aliás, o narrador vê o que ninguém tem condições de ver: o mundo interior do personagem), e sabe qual será a repercussão desse ato no futuro.

O Enredo
O enredo (ou trama, ou intriga) é, podemos dizer, o esqueleto da narrativa, aquilo que dá sustentação à história, o que a estrutura, ou seja, é o desenrolar dos acontecimentos (é a linha se entrelaçando, formando a malha, a trama, a rede, o tecido, o texto). Geralmente, o enredo está centrado num conflito, responsável pelo nível de tensão da narrativa.

Os Personagens
Os seres que participam do desenrolar dos acontecimentos, isto é, aqueles que vivem o enredo, são os personagens (em português, a palavra personagem tanto pode ser masculina como feminina). 
Em geral, o personagem bem construído representa uma individualidade, apresentando traços psicológicos próprios. Há também personagens que representam tipos humanos, identificados pela profissão, pelo comportamento, pela classe social, enfim, por algum traço distintivo comum a todos os indivíduos dessa categoria. 
Há ainda personagens cujos traços de personalidade ou padrões de comportamento são extremamente acentuados (às vezes beirando o ridículo); nesses casos (muito comuns, por exemplo, em novelas de televisão), temos personagens caricaturais.

Personagem e Enredo
Veja como se dá a relação personagem/enredo, segundo o crítico Antonio Candido:
Geralmente, da leitura de um romance fica a impressão duma série de fatos, organizados em enredo, e de personagens que vivem esses fatos. É uma impressão praticamente indissolúvel: quando pensamos no enredo, pensamos simultaneamente nas personagens; quando pensamos nestas, pensamos simultaneamente na vida em que se enredam, na linha do seu destino - traçada conforme uma certa duração temporal, referida a determinadas condições de ambiente. O enredo existe através dos personagens; as personagens vivem do enredo.
Enredo e personagem exprimem, ligados, os intuitos do romance, a visão da vida que decorre dele, os significados e valores que o animam.

(CANDIDO, Antonio. A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 1987. p. 534).

O Ambiente
Ambiente é o cenário por onde circulam personagens e onde se desenrola o enredo. Em alguns casos, a importância do ambiente é tão fundamental que ele se transforma em personagem. Por exemplo: o Nordeste, em grande parte do romance modernista brasileiro; o colégio interno, em O Ateneu, de Raul Pompéia; o caso mais nítido está em O cortiço, de Aluísio Azevedo. 

Observe como sempre há relação estreita entre o personagem, seu comportamento e o ambiente que o cerca; repare como, muitas vezes, por meio dos objetos possuídos podemos fazer um retrato perfeito do possuidor.

O Tempo
O narrador pode se posicionar de diferentes maneiras em relação ao tempo dos acontecimentos - pode narrar os fatos no tempo em que eles estão acontecendo; pode narrar um fato perfeitamente concluído; pode entremear presente e passado, utilizando a técnica de flashback. 

Há também o tempo psicológico, que reflete angústias e ansiedades de personagens e que não mantém nenhuma relação com o tempo propriamente dito, cuja passagem é alheia à nossa vontade. Falas como "Ah, o tempo não passa..." ou "Esse minuto não acaba!" refletem o tempo psicológico.

A Gramática na Narração
Num texto narrativo predominam os verbos de ação: há, em geral, um trabalho com os tempos verbais. Afinal, a narração, ou seja, o desenrolar de um fato, de um acontecimento, pressupõe mudanças; isso significa que se estabelecem relações anteriores, concomitantes e posteriores.   Ao optar por um dos tipos de discursos, organizamos o texto de forma diferente. Os verbos de elocução, os conectivos, a pontuação, a coordenação ou a subordinação passam a ter papel relevante na montagem do texto. 

Ao transformar o discurso direto em indireto (ou vice-versa), realizamos uma grande mexida na arquitetura do texto. Portanto, para organizarmos um bom texto narrativo, temos de trabalhar o arcabouço gramatical que o sustenta (isso sem contarmos que, em geral, deparamo-nos com passagens descritivas no miolo de um texto narrativo, o que exige uma organização diferenciada).

Tipos de Narrativa


Sabemos que o ato de contar histórias remonta ao passado. Antigamente as pessoas tinham o hábito de sentar-
se à beira de suas casas nos momentos de descanso e relatar fatos acontecidos, muitas vezes ficcionais, e isso ia passando de geração para geração. Quem de nós não conhece a história do Chapeuzinho Vermelho, Bela Adormecida e tantos outros clássicos da literatura? 
Por mais que o advento da tecnologia tenha desencantado essa magia e, de certa forma, promovido o afastamento entre as pessoas, existem variadas formas de narrativas, sejam elas orais, escritas, visuais ou encenadas, como é o caso do teatro. Seja qual for a modalidade, o texto narrativo dispõe-se de certos elementos primordiais, que são: tempo, espaço, personagens, narrador e enredo. 
           E para conhecermos um pouco mais sobre os diversos tipos de narrativa, devemos saber que elas se subdividem em: Romance, Novela, Conto, Crônica e Fábula. Por isso, estudaremos as mesmas passo a passo: 

Romance: É uma narrativa sobre um acontecimento ficcional no qual são representados aspectos da vida pessoal, familiar ou social de uma ou várias personagens. Gira em torno de vários conflitos, sendo um principal e os demais secundários, formando assim o enredo. 

Novela: Assim como o romance, a novela comporta vários personagens, sendo que o desenrolar do enredo acontece numa sequência temporal bem marcada. Atualmente, a novela televisiva tem o objetivo de nos entreter, bem como de nos seduzir com o desenrolar dos acontecimentos, pois a maioria foca assuntos relacionados à vida cotidiana. 

Conto: É uma narrativa mais curta, densa, com poucos personagens, e apresenta um só conflito, sendo que o espaço e o tempo também são reduzidos. 

Crônica: Também fazendo parte do gênero literário, a crônica é um texto mais informal que trabalha aspectos da vida cotidiana, muitas vezes num tom muito “sutil” o cronista faz uma espécie de denúncia contra os problemas sociais através do poder da linguagem. 

Fábula: Geralmente composta por personagens representados na figura de animais, é de caráter pedagógico, pois transmite noções de cunho moral e ético. Quando são representadas por personagens inanimados, recebe o nome de Apólogo, mas a intenção é a mesma da fábula.

A Construção do Enredo


Enredo é a sequência de acontecimentos da história, a rede de situações que as personagens vivem, a trama das ações que elas fazem ou que elas sofrem.

Podemos identificar quatro partes que compõem o enredo:
1- Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história, como o momento e o lugar em que a ação se desenvolverá. Cria-se um cenário e uma marcação de tempo para os personagens iniciarem suas ações. Nem todo texto narrativo tem essa primeira parte; há casos em que já de início se mostra a ação em desenvolvimento.
2 – Complicação: é a parte do enredo em que as ações e os conflitos são desenvolvidos, conduzindo o enredo ao clímax.
3 – Clímax: é o ponto em que a ação atinge seu momento crítico, momento de maior tensão, tornando o desfecho inevitável.
4 – Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens.


Protagonistas e Antagonistas
A narrativa é centrada num conflito vivido pelos personagens. Diante disso, a importância dos personagens na construção do texto é evidente. Podemos dizer que existe um protagonista (personagem principal) e um antagonista (personagem que atua contra o protagonista, impedindo-o de alcançar seus objetivos). Há também os adjuvantes ou coadjuvantes, esses são personagens secundários que também exercem papéis fundamentais na história.

Atividade
8)      Escrever a recontagem escrita do filme destacando as características da narração. (enredo, tempo, personagens, clímax, desfecho, foco narrativo)  Não se esqueça de colocar as características físicas e psicológicas das personagens.

ANÁLISE DO FILME- “DORMINDO COM O INIMIGO”, como modelo.
“ Sleeping with the enemy” .
 EUA, 1991 Diretor: Joseph Ruben
Elenco: Julia Roberts ( Laura),Patrick Bergin ( Martin),Kevin Anderson (Ben).
Duração: 90 minutos.

Personagens:
LAURA: Protagonista do filme, casada com Martin, e que depois assume nova identidade com o nome de SARA WATERS. MARTIN Marido de Laura,  BEN professor de teatro que faz par romântico com Sara Waters
SRA. WILLIANS Mãe de Laura, vive em um asilo.

SINOPSE
O filme narra a história de um casamento em crise (Martin e Laura), onde este exerce domínio através de agressões psicológicas e até físicas sobre sua mulher, cerceando sua liberdade,  até que Laura o surpreende com sua morte acidental no mar, da qual descobre ter sido uma armação para sua fuga para outra cidade, refazendo sua vida com outro nome: Sara Waters, ao lado de outro homem ( Ben ), e mantendo a mãe( Srª. Willians) em um outro asilo próximo. A sua fúria o torna capaz de matá-los e o desfecho é a própria morte através de Laura, que o mata com sua própria arma, para renascer.

CENAS SUGERIDAS.
- Toalhas
-Cena de ciúme com agressão física

 ANÁLISE
O filme mostra o relacionamento entre uma mulher ( Laura) e um típico misógeno (Martin): tiranos ciumentos que controlam até mesmo as relações de trabalho, família e amizadede suas companheiras. Miso (odiar) e gyne (Mulher) O homem assume o controle ao esmagar a mulher (agressão psicológica), passando do comportamento amoroso para o comportamento cruel, crítico e insultuoso, de um momento para outro, causando angústia e sofrimento à Laura. No início, como Laura descreve, tiveram momentos inesquecíveis. De alguma forma, Laura não assumiu como a maioria das esposas dos misóginos, a total falta de amor próprio, baixa de autoestima, ela tentou fugir várias vezes até procurou ajuda legal,  porém sem sucesso, mas não desistiu. Conseguiu até vencer o medo de nadar e preparou um roteiro de fuga que colocou em prática no momento adequado. Pensou e fez.

TÓPICOS.
Não importa o que ele fizesse, ela nunca deveria ficar aborrecida, nunca deveria questioná-lo, embora em uma cena do filme antes do passeio de barco ela questione e lhe diga o que pensa...,O personagem de Martin tem todas as características do chamado misógino. Comportamento contraditório e intrigante com momentos de grande delicadeza que rapidamente mudam para ataques de violência verbal e até físicas. Controlador, ele exige perfeição e pune a parceira quando esta demonstra alguma iniciativa própria, ou falha segundo suas regras.

INDICAÇÃO COMO VIDEOTERAPIA - Para familiares de pessoas envolvidas num casamento de conflitos e agressões físicas e/ou psicológicas (onde um homem exerce papel de domínio)Para pessoas que vivem situações familiares de submissão física e/ ou psicológica.

Misógino - De acordo com o sociólogo Allan G. Johnson, "a misoginia é uma atitude cultural de ódio às mulheres porque elas são femininas." Johnson argumentou que:  "A [misoginia] é um aspecto central do preconceito sexista e ideológico, e, como tal, é uma base importante para a opressão de mulheres em sociedades dominadas pelo homem. A misoginia é manifesta em várias formas diferentes, de piadas, pornografia e violência ao auto-desprezo que as mulheres são ensinadas a sentir pelos seus corpos.”

2) Seguir o modelo da análise acima e fazer a análise do filme visto. Dados:  

Título Original: Letters To God
Título Traduzido: Cartas Para Deus
Origem: EUA
Lançamento: 2010
Duração: 110 min
Direção: David Nixon
Gênero: Drama

Responda as questões a seguir sobre o filme visto:
3)      Predomina narrativa cronológica ou psicológica no filme visto? Comprove com uma cena.
4)      Como saber se o filme se trata de um conto?
5)      Aponte o clímax e o desfecho do filme.
6)      Como era fisicamente o menino que tinha a doença? E psicologicamente?
7)      Aponte uma cena que pode ser entendida como complicação.

8)      Transforme os discursos abaixo em diretos.

h)      O menino disse que não queria mais ir à aula.
i)        Mamãe falou entristecida que não estava gostando daquela situação.
j)        Joana e Pedro disseram que vão se casar ao final do ano.
k)      Os diretores da escola declararam que não queriam aqueles alunos sem uniforme na escola.
l)        Ele respondeu que queria outra chance.
m)   Eles falaram a todo instante que aquilo não era correto.

Obs: Em uma narrativa,  podem haver passagens descritivas. Tal assunto será abordado no próximo bloco.




Produção textual - 3º ano