sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

LÍNGUA AFIADA


LÍNGUA AFIADA: TIRANDO DÚVIDAS SOBRE A LÍNGUA
A comunicação profissional está infestada de erros de ortografia, sintaxe, regência, pontuação e conjugação verbal. Veja os tropeços mais comuns.
Falar e escrever corretamente é obrigatório para se dar bem em qualquer profissão. Além de ter uma redação bem estruturada, é preciso dominar a norma culta do português para ser admitido em qualquer processo seletivo, manter-se empregado e alçar novas posições hierárquicas.
Apesar disso, os tropeços na língua são incrivelmente frequentes no mundo corporativo. E-mails, relatórios, artigos e apresentações estão infestados de erros de ortografia, sintaxe, regência, pontuação e conjugação verbal.
Para Rosângela Cremaschi, consultora empresarial na RC7 e professora de comunicação na FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), a insuficiência da educação de base do brasileiro faz com que muita gente ingresse no mercado de trabalho com fortes dúvidas sobre o próprio idioma.
Quanto mais alto o cargo, piores são os efeitos dos “tropeços” para a imagem do profissional, diz Reinaldo Passadori, presidente do Instituto Passadori e especialista em comunicação verbal.  Para não cometer deslizes, é importante cultivar o hábito da leitura de livros, jornais, revistas e sites. Uma revisão cuidadosa e paciente dos seus textos também é fundamental para garantir a sua adequação às regras gramaticais.

 

1. “São suficientes” / “É suficiente”

Erro: Cento e cinquenta dólares são suficientes para as diárias no exterior.
Forma correta: Cento e cinquenta dólares é suficiente para as diárias no exterior.
Explicação: O verbo ser é invariável quando indicar quantidade, peso, medida ou preço.

 

2. “Em vez de” / “Ao invés de”

Erro: Ao invés de mandar um e-mail, resolvi telefonar.
Forma correta: Em vez de mandar um e-mail, resolvi telefonar.
Explicação: “Em vez de” é usado como substituição, enquanto a expressão “ao invés de” é usada como oposição.

 

3. “A nível de” / “Em nível de”

Erro: A nível de proposta, o assunto deve ser mais discutido”
Forma correta: Em relação à proposta, o assunto deve ser mais discutido.
Explicação: A expressão “a nível de” só está correta quando significar “à mesma altura”. “Hoje, Santos acordou ao nível do mar”. Também podemos usar a expressão “em nível” sempre que houver “níveis”: “Esse problema só pode ser resolvido em nível de diretoria”.

 

4. “A meu ver” / “Ao meu ver”

Erro: “Ao meu ver, o evento foi um sucesso”.
Forma correta: “ A meu ver, o evento foi um sucesso”.
Explicação: Não se deve usar artigo nessas expressões, em que o substantivo ver significa “opinião, juízo”: a meu ver, a seu ver, a nosso ver. Também não se usa artigo em estar a par: Estavam todos a par (e não ao par) dos últimos acontecimentos.

 

5. “Maiores informações” / “Mais informações”

Erro: Para maiores informações, entre em contato com a Central de Atendimento.
Forma correta: Para mais informações, entre em contato com a Central de Atendimento.
Explicação: “Maior” é comparativo, portanto não se aplica a esse caso.

 

6. “A” / “há”

Erro: Trabalho nesta empresa a dez anos.
Forma correta: Trabalho nesta empresa há dez anos.
Explicação: Para indicar tempo passado, usa-se “há”. O “a”, como expressão de tempo, é usado para indicar futuro ou distância. (A empresa fica a dez minutos do centro.)

 

7. “Acerca de” / “a cerca de”

Erro: Na reunião, discutiu-se a cerca de corte de gastos.
Forma correta: Na reunião, discutiu-se acerca de corte de gastos.
Explicação: “Acerca de” significa a respeito de. A cerca de indica aproximação. (Ex: A empresa fica a cerca de 5 km daqui.)

 

8. “Meio-dia e meio” / “Meio-dia e meia”

Erro: A reunião começará ao meio-dia e meio.
Forma correta: A reunião começará ao meio-dia e meia.
Explicação: Devemos utilizar a expressão meio-dia e meia sempre que quisermos referir a décima segunda hora do dia mais trinta minutos, ou seja, o meio-dia mais meia hora.

9. “Supérfluo” / “supérfulo”

Erro: Os gastos naquele setor foram supérfulos.
Forma correta: Os gastos naquele setor foram supérfluos.
Explicação: Supérfluo significa demais, desnecessário. Embora seja uma palavra que muitas vezes ouvimos, “supérfulo” não existe.

 

10. “Em mãos” / “em mão”

Erro: O motorista entregou a carta em mãos.
Forma correta: O motorista entregou a carta em mão.
Explicação: A segunda opção sempre foi considerada a correta, porém, atualmente, as duas formas são aceitas por alguns dicionários.

 

11. “Segmento” / “Seguimento”

Erro: O seguimento de mercado mostrou-se propício a investimentos.
Forma correta: O segmento de mercado mostrou-se propício a investimentos.
Explicação: Segmento é sinônimo de seção, parte. Seguimento é o ato de seguir. (Ex: O projeto de implantação da ciclovia não teve seguimento.)

 

12. “Por hora” / “Por ora”

Erro: O diretor afirmou que, por hora, não poderia responder.
Forma correta: O diretor afirmou que, por ora, não poderia responder.
Explicação: A expressão “por hora” refere-se a tempo. “Por ora” expressa o sentido de “por enquanto”.

 

13. “Meu óculos” / “meus óculos”

Erro: Ele havia esquecido seu óculos no restaurante.
Forma correta: Ele havia esquecido seus óculos no restaurante.
Explicação: As palavras ligadas ao substantivo “óculos” devem ser flexionadas para o plural.

 

14. “Onde” / “Em que”

Erro: Participei da reunião onde foram tomadas várias decisões sobre os benefícios dos trabalhadores.
Forma correta: Participei da reunião em que (ou na qual) foram tomadas várias decisões sobre os benefícios dos trabalhadores.
Explicação: A palavra onde é um advérbio de lugar e, portanto, só deve ser usada referindo-se a lugar. Em outros sentidos, utilize a expressão em que ou no/a qual.

 

15. “É proibido” / “É proibida”

Erro: É proibido a entrada de pessoas não autorizadas.
Forma correta: É proibida a entrada de pessoas não autorizadas. ou É proibido entrada de pessoas não autorizadas.
Explicação: Deve-se fazer a concordância somente quando o substantivo estiver acompanhado, por exemplo, de artigo, pronome demonstrativo, pronome possessivo.

 

16. “A prazo” / “À prazo”

Erro: Os produtos podem ser comprados à vista ou à prazo.
Forma correta: Os produtos podem ser comprados à vista ou a prazo.
Explicação: Não existe crase antes de palavra masculina. Portanto, deve-se escrever: a prazo, a pé, a cavalo, a bordo.

 

17. “Vem” / “veem”

Erro: Os gerentes vem ao setor todos os dias e vêem o desempenho dos colaboradores.
Forma correta: Os gerentes vêm ao setor todos os dias e veem o desempenho dos colaboradores.
Explicação: Vem corresponde ao verbo VIR e recebe acento na 3ª pessoa do plural do presente do Indicativo. Veem corresponde ao verbo VER e, segundo o Novo Acordo Ortográfico, não recebe mais acento na 3ª pessoa do plural do presente do Indicativo.

 

18. “Anexo” / “Anexa” / “Em anexo”

Erro: Encaminho anexo os documentos solicitados.
Forma correta: Encaminho anexos os documentos solicitados.
Explicação: Anexo é adjetivo e deve concordar em gênero e número com o substantivo a que se refere. Ex: Segue anexa a carta de apresentação. Obs: Muitos gramáticos condenam a locução “em anexo”; portanto, dê preferência à forma sem a preposição.

 

19. “Eminente” / “Iminente”

Erro: Pedro é uma figura iminente na empresa.
Forma correta: Pedro é uma figura eminente na empresa.
Explicação: Eminente quer dizer notável. Iminente significa prestes a acontecer.

 

20. “Seção” / “Sessão” / Cessão

Erro: A seção dos direitos autorais desta obra criou polêmica.
Forma correta: A cessão dos direitos autorais desta obra criou polêmica.
Explicação: Seção significa divisão de repartições públicas, parte de um todo, departamento. Sessão significa espaço de tempo de uma reunião deliberativa ou de um espetáculo. Cessão refere-se ao ato de ceder.

 

21. “Aspirar” / “Aspirar a”

Erro: Ele aspira o cargo de gerente nesta empresa.
Forma correta: Ele aspira ao cargo de gerente nesta empresa.
Explicação: O verbo aspirar no sentido de sorver não admite preposição em sua regência. Aspirar, no sentido de almejar, exige a preposição a.

 

22. “Online” ou “on-line”

Erro: Haverá um treinamento online para os colaboradores.
Forma correta: Haverá um treinamento on-line para os colaboradores.
Explicação: O “VOLP” – Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa – registra “on-line” com hífen.

 

23. “Curriculum” / Curriculo”

Erro: Os candidatos deverão entregar o curriculo no RH.
Forma correta: Os candidatos deverão entregar o curriculum (ou currículo) no RH.
Explicação: Curriculum vitae é uma expressão latina, mas já foi aportuguesada: currículo. Ambas as formas estão corretas: curriculum vitae ou currículo (com acento).

 

24. “Porque” / “Por que”

Erro: Ninguém soube porque o diretor cancelou a reunião.
Forma correta: Ninguém soube por que o diretor cancelou a reunião.
Explicação: Porque é conjunção e tem a função de unir duas orações coordenadas. Por que é usado em frases interrogativas e, também, aparece nos casos em que puder ser substituído por “pelo qual” ou “por qual razão”.

 

25. “Este” / “Esse” / “Aquele”

Erro: Na reunião, serão discutidos esses itens a seguir:
Forma correta: Na reunião, serão discutidos estes itens a seguir:
Explicação: Observe a regra: “Estes itens.” (Você ainda irá citar); “Esses itens.” (Você já citou).

 

26. “Exceção” / “Excessão”

Erro: Para toda regra, há uma excessão.
Forma correta: Para toda regra, há uma exceção.
Explicação: O correto é exceção. Cuidado para não confundir com excesso.

 

27. “10 a 20 de março” / “10 à 20 de março”

Erro: O curso será de 10 à 20 de março.
Forma correta: O curso será de 10 a 20 de março.
Explicação: Observe que não há artigo combinado com a preposição de; portanto, também não haverá artigo no passo seguinte, estando correto “de tal dia a tal dia”, sem crase.

 

28. Crase na indicação de páginas

Erro: Os advogados fizeram a leitura da página 5 a 15 do acordo trabalhista.
Forma correta: Os advogados fizeram a leitura da página 5 à 15 do acordo trabalhista.
Explicação: A palavra “página” está implícita após o “à”, o que justifica o acento grave, que indica que há crase (fusão de “a” preposição + “a” artigo feminino.

 

29. “1,5 milhão” / “1,5 milhões”

Erro: Em 2016, foram gastos no país 1,5 milhões de cartuchos de impressora.
Forma correta: Em 2016, foram gastos no país 1,5 milhão de cartuchos de impressora.
Explicação: A unidade “milhão” só é flexionada para o plural a partir do segundo milhão, ou seja, 2 milhões. Portanto, deve-se observar o número que antecede a vírgula e lembrar que numerais como “milhão”, “bilhão” e “trilhão” devem concordar com esse número.

30. “A todos” / “À todos”

Erro: Bom dia à todos.
Forma correta: Bom dia a todos.
Explicação: Não há crase antes de pronomes indefinidos (muitos, poucos, nenhuma, todos, pouca, alguma).

 

31. “A partir” / “À partir”

Erro: À partir da próxima semana, não será permitida a entrada sem o crachá de identificação.
Forma correta: A partir da próxima semana, não será permitida a entrada sem o crachá de identificação.
Explicação: Não há crase antes de verbo.

 

32. “Obrigado” / “Obrigada”

Erro: Obrigado pela ajuda – disse Clara.
Forma correta: Obrigada pela ajuda – disse Clara.
Explicação: “Obrigado” é variável e concorda com a pessoa que fala. A mulher diz “obrigada”. O homem, “obrigado”.

 

33. “Pagou o engenheiro” / “Pagou ao engenheiro”

Erro: Ao término da obra, a empresa pagou o engenheiro.
Forma correta: Ao término da obra, a empresa pagou ao engenheiro.
Explicação: O verbo “pagar” exige dois complementos – um deles acompanhado de preposição (pessoa) e o outro sem preposição (coisa). Assim: Paguei (o serviço) ao engenheiro.

 

34. “Houve” / “houveram”

Erro: Houveram dois problemas.
Forma correta: Houve dois problemas.
Explicação: O verbo “haver” no sentido de existir não tem sujeito, por isso fica sempre na terceira pessoa do singular. “Há dez problemas”, “houve dez problemas”. Vale a mesma regra quando os verbos “haver” e “fazer” indicam tempo: “Faz dois anos que nos encontramos”.

 

35. “Deve haver” / “Devem haver”

Erro: Devem haver muitas pessoas naquele auditório.
Forma correta: Deve haver muitas pessoas naquele auditório.
Explicação: O verbo haver, no sentido de existir, é impessoal, ou seja, só é usado no singular. Quando acompanhado de um verbo auxiliar, no caso, “deve”, este também se torna impessoal.

 

36. “Em baixo” / “Embaixo”

Erro: O documento caiu em baixo do móvel.
Forma correta: O documento caiu embaixo do móvel.
Explicação: Embaixo é advérbio de lugar. Em baixo é adjetivo. (Ex: Falavam em baixo tom.)

 

37. “Voo” / “Vôo”

Erro: Aquelas pessoas quase perderam o vôo.
Forma correta: Aquelas pessoas quase perderam o voo.
Explicação: O Acordo Ortográfico eliminou o acento circunflexo no primeiro “o” do hiato final “oo”. Assim: voo, zoo, perdoo, abençoo etc.

 

38. “Estender” / “Extender”

Erro: A reunião se extendeu além do tempo previsto.
Forma correta: A reunião se estendeu além do tempo previsto.
Explicação: O correto é estender, que significa prolongar, alongar, alargar. Extender não existe.

 

39. “Há dois anos” / “Há dois anos atrás”

Erro: Há dois anos atrás, o contrato foi assinado.
Forma correta: Há dois anos, o contrato foi assinado.
Explicação: É redundante dizer “Há dois anos atrás”, pois o “Há” já dá ideia de tempo decorrido.

 

40. “Bastante” / “Bastantes”

Erro: Há bastante motivos para a demissão daquele colaborador.
Forma correta: Há bastantes motivos para a demissão daquele colaborador.
Explicação: Bastante/Bastantes é pronome indefinido e deve concordar com o substantivo a que se refere. Na dúvida, faça a substituição por “muito/muitos”. Também pode ser advérbio, mas, nesse caso, permanecerá invariável.

41. “Zero hora” / “Zero horas”

Erro: A decisão entra em vigor a partir das zero horas de amanhã.
Forma correta: A decisão entra em vigor a partir da zero hora de amanhã.
Explicação: O substantivo “hora” concorda com o numeral “zero”.

 

42. “Horas extra” / “Horas extras”

Erro: O colaborador precisou fazer muitas horas extra.
Forma correta: O colaborador precisou fazer muitas horas extras.
Explicação: “Extra” é um adjetivo, portanto deve concordar com o substantivo a que se refere.

 

43. “Vir” / “Ver”

Erro: Quando você ver seu extrato, identificará o estorno do valor.
Forma correta: Quando você vir seu extrato, identificará o estorno do valor.
Explicação: Vir é a flexão do verbo VER na 3ª pessoa do singular do Futuro do Subjuntivo.

 

44. “Interviu” / “Interveio”

Erro: A diretora interviu na decisão.
Forma correta: A diretora interveio na decisão.
Explicação: Interveio é a flexão do verbo intervir na 3ª pessoa do singular do Pretérito Perfeito do Indicativo. Significa interferir, participar, interceder.

 

45. “Através” / “por meio”

Erro: O cliente soube da alteração através do e-mail.
Forma correta: O cliente soube da alteração por meio do e-mail.
Explicação: Por meio significa “por intermédio”. A locução através de expressa a ideia de atravessar. (Ex: Olhou através da janela.)

 

46. “Clipe” / “clipes”

Erro: Ele fixou os papéis com um clips.
Forma correta: Ele fixou os papéis com um clipe.
Explicação: Clipe é aquela peça de metal usada para prender folhas. Patenteado na Alemanha, é conhecido como clip (pl. clips) nos países de língua inglesa. No Brasil, deve ser chamado de clipe (pl. clipes).

 

47. “Responder o” / “Responde ao”

Erro: O gerente não respondeu o meu e-mail.
Forma correta: O gerente não respondeu ao meu e-mail.
Explicação: A regência do verbo responder, no sentido de dar a resposta a alguém, exige a preposição “a”.

 

48. Vírgula entre sujeito e verbo

Erro: O gerente de marketing, copiou as informações.
Forma correta: O gerente de marketing copiou as informações.
Explicação: A vírgula é um sinal de pontuação que marca uma pausa de curta duração. É usada para separar termos dentro de uma oração ou orações dentro de um período, mas nunca deve ser colocada entre o sujeito e o verbo.

 

49. “No aguardo de” / “Ao aguardo de”

Erro: Ficarei no aguardo de providências.
Forma correta: Ficarei ao aguardo de providências.
Explicação: Ficamos sempre ao aguardo ou à espera de, nunca no aguardo de ninguém ou na espera de alguma coisa.

 

50. “Mas” / “Mais”

Erro: Ele é dedicado, mais costuma se atrasar.
Forma correta: Ele é dedicado, mas costuma se atrasar.
Explicação: Mas é conjunção adversativa e significa “porém”. Mais é advérbio de intensidade.

 

51. “Obrigado” / “Obrigados”

Erro: Muito obrigado! – disseram os homens.
Forma correta: Muito obrigados! – disseram os homens.
Explicação: “Obrigado” deve vir no plural caso se refira a mais de uma pessoa.

 

52. “Imprimido” / “Impresso”

Erro: Ele havia impresso todos os documentos naquele dia.
Forma correta: Ele havia imprimido todos os documentos naquele dia.
Explicação: O verbo imprimir tem duas formas de particípio – impresso e imprimido. Com os verbos ter e haver, deve-se usar a forma “imprimido”, e com os verbos ser e estar, “impresso”. Ex: Os documentos foram impressos naquela máquina.

 

53. “Precisa-se” / “Precisam-se”

Erro: Precisam-se de motoristas.
Forma correta: Precisa-se de motoristas.
Explicação: Nesse caso, a partícula “se” tem a função de tornar o sujeito indeterminado. Quando isso ocorre, o verbo permanece no singular.

 

54. “Há pouco” / “A pouco”

Erro: Os gestores chegarão daqui há pouco.
Forma correta: Os gestores chegarão daqui a pouco.
Explicação: “Há pouco” indica tempo decorrido. “A pouco” dá ideia de uma ação futura.

 

55. “Chego” / “Chegado”

Erro: A secretária havia chego atrasada na reunião.
Forma correta: A secretária havia chegado atrasada na reunião.
Explicação: O particípio do verbo chegar é chegado. Chego é 1ª pessoa do Presente do Indicativo.(Ex: Eu chego na hora do almoço).

 

56. “Entre eu e você” / “Entre mim e você”

Erro: Entre eu e você, há uma sintonia de ideias.
Forma correta: Entre mim e você, há uma sintonia de ideias.
Explicação: Eu é pronome pessoal do caso reto e só pode ser usado na função de sujeito, ou seja, antes de um verbo no infinitivo, como no caso: “Não há nada entre eu pagar e você usufruir também.”

 

57. “Senão” / “Se não”

Erro: É melhor ele comparecer, se não irá perder a vaga.
Forma correta: É melhor ele comparecer, senão irá perder a vaga.
Explicação: Senão significa “caso contrário”. Se não é usado no sentido de condição. (Ex: Se não chover, poderemos sair.)

 

58. “Deu” / “Deram” tantas horas

Erro: Deu dez da noite e ele ainda não chegou.
Forma correta: Deram dez da noite e ele ainda não chegou.
Explicação: Os verbos dar, bater e soar concordam com as horas. Porém, se houver sujeito, deve-se fazer a concordância: “O sino bateu dez horas.”

 

59. “Chove” / “Chovem”

Erro: Chove reclamações quando há aumento no preço do combustível.
Forma correta: Chovem reclamações quando há aumento no preço do combustível.
Explicação: Quando indica um fenômeno natural, o verbo chover é impessoal e fica sempre no singular. No sentido figurado, faz-se a flexão verbal.

 

60. “Chegar em” / “Chegar a”

Erro: Os estagiários chegaram atrasados na reunião.
Forma correta: Os estagiários chegaram atrasados à reunião.
Explicação: Verbos de movimento exigem a preposição “a”.

 REFERÊNCIA: INTERNET/PESQUISA.


PLANO DE AULA - LITERATURA - CANTIGAS TROVADORESCAS


Disciplina: Literatura
Assunto: Cantigas líricas e satíricas (poesia lírica trovadoresca)
Professor: Marcelo Sabino Pires
Série: 1° ano   - Ensino Médio
Objetivos: Reconhecer e analisar as diferenças entre as cantigas de amor e de amigo, a partir das marcas textuais (estudo do eu – lírico),  usando como suporte para análise,  poesias da época, comparadas à Música Popular brasileira.
Conteúdos:  (Trovadorismo) estilo de época, enriquecendo a aula anterior, na qual os alunos já usaram o livro adotado para estudo do momento  histórico e da produção)  
Metodologia: Uso de apostila para os alunos, com a introdução e definição das cantigas líricas, características,  seu contexto, sua história. Em seguida, pedir aos alunos que façam as leituras de forma compartilhada, enfatizando as marcas textuais mais importantes, que identifiquem a voz que fala no texto. (masculino ou feminino nos textos sugeridos) – uso do quadro para tirar dúvidas quanto ao vocabulário e explicação. (violão e voz, para tornar a aula mais atrativa ou caixa de som para ouvir as músicas em som baixo, enquanto resolvem atividades) - Seleção de músicas da MPB.
Avaliação: formativa, contínua e processual, observando a participação, envolvimento e interesse dos alunos.
Desenvolvimento:
Chamamos de poesia trovadoresca à produção poética, em galego-português, do final do século XII ao século XIV. Seu apogeu ocorre no reinado de Afonso III, pelos meados do século XIII.

 Características das cantigas

Língua: galego-português.     (o que foi esse galego – português?)

·                     Tradição oral e coletiva. 
·                     Poesia cantada e acompanhada por instrumentos musicais, colecionada em cancioneiros, ou seja, manuscritos.
·                     Autores: trovadores; (abrir parênteses e explicar o que são trovas)
·                     Intérpretes: jograis e menestréis (artistas agregados às cortes ou que perambulavam pelas cidades e feiras.)
·                     Gêneros: lírico (cantigas de amigo, cantigas de amor) e satírico (cantigas de escárnio, cantigas de maldizer).

Primeiro, estudaremos a cantiga de amor: questionar aos alunos sobre cantigas, o que sabem sobre isso e valorizar o conhecimento prévio. Sobre o amor, contextualizando o amor ontem e hoje, será que mudou alguma coisa com relação ao amor que vemos hoje? Respeito? Admiração? Amar está fora de moda? É um momento rico para se trabalhar a valorização do outro, da mulher, da poesia, dos sentimentos... Ouvir dos alunos a ideia sobre cantigas, se está relacionado à musica que se ouve nos dias de hoje ou não e como resgatar esse sentimento?

CARACTERÍSTICAS DAS CANTIGAS DE AMOR


·         Voz lírica masculina. (eu lírico não é autor, nem compositor, nem tradutor, é a voz que fala no texto poético)
·         Tratamento dado à mulher: mia senhor.
·         Expressão da vida da corte. (medieval) falar de produções televisivas que abordam o tema a título de enriquecimento, roupas, mitos, etc.
·         Convenções do amor cortês: a) Idealização da mulher; b) Vassalagem amorosa (o homem se rebaixa à condição de vassalo perante a dama );  c) Expressão da coita (palavra de origem galego-português que significa dor, sofrimento causado pelo amor  não correspondido).
·         Origem provençal (a Provença, região do sul da França).

Cantiga de amor                                                           Tradução



Quer'eu em maneira de proençal
fazer agora um cantar d'amor,
e querrei muit'i loar mia senhor
a que prez nem fremosura nom fal,
nem bondade; e mais vos direi ém:
tanto a fez Deus comprida de bem
que mais que todas las do mundo val.

Ca mia senhor quizo Deus fazer tal,
quando a fez, que a fez sabedor
de todo bem e de mui gram valor,
e com tod'est[o] é mui comunal
ali u deve; er deu-lhi bom  sém,
e desi nom lhi fez pouco de bem,
quando nom quis que lh'outra foss'igual.

Ca em mia senhor nunca Deus pôs mal,
mais pôs i prez e beldad'e loor
e falar mui bem, e riir melhor
que outra molher; desi é leal
muit', e por esto nom sei oj'eu quem
possa compridamente no seu bem
falar, ca nom á, tra-lo seu bem, al.

Quero à moda provençal
fazer agora um cantar de amor,
e querei muito aí louvar minha senhora
a quem honra nem formosura não faltam,
nem bondade; e mais vos direi sobre  ela:
Deus a fez tão cheia de qualidades
que ela vale mais que todas as do mundo.

Pois Deus quis fazer minha senhora de tal modo, quando a fez, que a fez conhecedora
de  todo bem e de muito grande valor,
e além de tudo isto é muito sociável
quando deve; também deu-lhe bom senso,
e desde então não lhe fez pouco bem
impedindo que nenhuma outra fosse igual a ela.

Porque em minha senhora nunca
Deus pôs mal,
mas pôs nela honra e beleza e mérito
e capacidade de falar bem, e de rir melhor
que outra mulher, também é muito leal
e por isto não sei hoje quem
possa cabalmente falar no seu próprio bem
pois não há outro bem, para além do seu.

In: Elsa Gonçalves. Op. cit.,p.284

D. Dinis
Estudo do texto  e fixação:

1)    A voz que fala na cantiga é masculina ou feminina? Comprove com uma palavra.
R: A voz que fala na cantiga é de um homem apaixonado. Mia senhor (minha senhora) explicar esse vocabulário mais formal

2)  Releia os três primeiros versos da primeira estrofe. Que objetivo a voz lírica anuncia?
R: O objetivo da cantiga é elogiar, louvar ( loar ) a mulher amada.

2)    Encontre um verso que atribui características à amada.
R: mais pôs i prez e beldad'e loor  (mas pôs nela honra e beleza e mérito)



A cantiga de amor na música popular brasileira

A Lírica Trovadoresca na Música Popular Brasileira

A canção, “Queixa”, de Caetano Veloso, apresenta componentes formais e temáticos que a inserem na categoria de cantiga de amor. Composta em quadras e redondilhas entrecruzadas, arrematadas por um refrão reforçador do motivo da cantiga: a “coita” do eu-poético pelo amor não merecido, causa do um “penar” já cantado por outros tantos trovadores à moda de D. Diniz: “Tam grave dia que vos conhoci,/ por quanto mal me vem por vós, senhor!”
A tormenta do vassalo diante da impossibilidade de alcançar seu objeto de desejo, na música de Caetano Veloso, é simbolizada pela “serpente”, metáfora da paixão sedutora à que o eu-lírico sucumbe. O sentimento, antes “delicado”, polido por um código de honra cortês, é agora conflitado entre a superioridade da senhora e a divindade jovial da princesa entre as quais se interpõe um componente de perdição, a carnalidade da mulher, a quem compete parte da culpa por essa “coisa que mete medo”, a paixão inflamada e reprimida, o “avesso do sentimento”, traduzindo um amor fatal.
Explicar o termo: vassalo, referindo – se ao Feudalismo, intertexto com História -  
OBS: Tenho formação em Letras e História, o que não dificulta contextualizar o momento.

Passar a música para os alunos ou cantar com eles.

Queixa
Caetano Veloso

Um amor assim delicado
Você pega e despreza
Não devia ter despertado
Ajoelha e não reza
Dessa coisa que mete medo
Pela sua grandeza
Não sou o único culpado
Disso eu tenho a certeza
Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa
Um amor assim violento
Quando torna-se mágoa
É o avesso de um sentimento
Oceano sem água
Ondas, desejos de vingança
Nessa desnatureza
Batem forte sem esperança
Contra a tua dureza
Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou
Senhora, serpente, princesa
Um amor assim delicado
Nenhum homem daria
Talvez tenha sido pecado
Apostar na alegria
Você pensa que eu tenho tudo
E vazio me deixa
Mas Deus não quer que eu fique mudo
E eu te grito esta queixa
Princesa, surpresa, você me arrasou
Serpente, nem sente que me envenenou
Senhora, e agora, me diga onde eu vou


Comparando os textos:

1)    Compare as letras da música de Caetano Veloso, “Queixa” e o texto de “Dom Dinis, cantiga de amor”. Quais as semelhanças encontradas?
2)    Em que estrofe da música, nota – se um desespero por parte do eu – lírico? Transcreva essa parte.
3)    Destaque na letra da música um verso em que o eu – lírico se dirige de forma cortês â amada.




Reflexão: Compare e analise os dois fragmentos e responda à questão:
a)     
Porque em minha senhora nunca Deus pôs mal,
mas pôs nela honra e beleza e mérito... (D. Diniz)

b)     
Senhora, e agora, me diga  onde  eu vou
Senhora, serpente, princesa... (Caetano Veloso)


1)    Como o eu – lírico se sente em relação à mulher no primeiro fragmento?  E no segundo?

2)    Em: Honra e beleza e mérito... (D. Diniz) / Senhora, serpente, princesa (Veloso), percebe – se que há uma relação estabelecida entre as duas cantigas. Qual?

Obs: Espera – se que o aluno chegue à conclusão de que há um sentimento amoroso  que não é correspondido, haja vista os vocábulos que endeusam a amada. O professor poderá ajudar, através de inferências.

Espaço para registro do que foi bom e do que não funcionou na prática, para melhoria:
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Bibliografia usada:
Cereja, Dias Viana  e Damien.  1º ano do ensino Médio – Português Contemporâneo: diálogo, reflexão e uso.  Editora Saraiva, ano: 2018.
Google: Definição das cantigas de amor e de amigo por william Roberto Cereja – A cantiga de amor na música popular brasileira/queixa, de Caetano Veloso.
acesso  em 04/04/18


Atividades para casa:

·         Pesquisar sobre Características das cantigas de amigo, copiar uma e deixar no caderno para leitura.
·         Trazer uma música (MPB) que tenha essas características para análise e compreensão. Levar o violão para a sala e cantar com os alunos ou caixa de som ambiente.
PROJETO PARA SEGUNDO BIMESTRE


A lírica trovadoresca na Música Popular Brasileira, em que os alunos apresentarão um sarau, tendo também apresentações musicais e teatros com o tema. (conteúdos envolvidos:  (Arte, História  e Literatura)


Não é um assunto considerado fácil, por estar um pouco distante da realidade dos alunos do ensino médio, no entanto, as estratégias de ensino podem fazer com que os alunos sintam prazer, pois envolve também a questão artística, desperta valores, etc.
As cantigas devem ser vistas por etapa, pois as características delas são parecidas e se diferem por mínimas marcas linguísticas. É bom o professor ver dessa forma, para evitar confusões entre uma e outra.  Obs: Uso da sala de informática para enriquecer a prática, visualizar imagens do período, castelos, figurinos, etc.
É um conteúdo considerado de nível difícil, por relacionar mais a história do que a literatura propriamente dita, por isso, é necessário que o professor esteja bem preparado,  para sanar as dúvidas em tempo real.

Retorno.

BOA TARDE PESSOAL, ESTIVE AUSENTE, SEM MUITAS POSTAGENS, MAS AGORA ESTOU DE VOLTA E CONTO COM OS ACESSOS DE VOCÊS NESTE ESPAÇO.
OBRIGADO!
MARCELO PIRES.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Agradecimento

Gente, no momento estou de férias, mas no início de fevereiro, trarei novas postagens. Obrigado por todos os acessos. Marcelo Pires